Mesmo sendo exigência do contrato emergencial, Filadélfia não realiza coleta e destinação correta dos resíduos. Cooperativa que sustenta 36 famílias está no prejuízo
Uma das principais cooperativas de triagem de resíduos recicláveis do Brasil, a Cooperlínia Ambiental do Brasil completa 17 anos de atividades neste sábado, dia 3 de junho e tem muito pouco para comemorar. Nem mesmo a proximidade do Dia do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho, alivia o sofrimento momentâneo que esse “ícone da reciclagem” vem atravessando desde o final do ano passado.
“Se existiu um momento que recebíamos 200 toneladas por mês de material, atualmente estamos com menos de 30 toneladas e a responsabilidade por essa diminuição expressiva é do atual panorama que se encontra o trabalho da coleta seletiva em Paulínia”, dispara José Carlos da Silva, diretor presidente da Cooperativa.
De acordo com ele, todo o trabalho seletivo efetuado pela população de Paulínia não é recolhido adequadamente acaba sendo despejado diretamente em aterro sanitário, o que prejudica diretamente toda cadeia de tratamento dos resíduos. “Essa atitude infringe totalmente a Política Nacional dos Resíduos Sólidos e causa prejuízos inestimáveis não somente para o município, sua população, como também para os 36 integrantes da cooperativa e, consequentemente, suas famílias, que fazem da reciclagem, sua fonte de renda”, lamenta José Carlos.
Fundada em 3 de junho de 2000 e com operação em Paulínia desde 3 de maio de 2002, a Cooperlínia é reconhecida pela sua excelência no trabalho de gestão de resíduos recicláveis e exemplo de gestão em todo Brasil e até no exterior. Conta com ISO 14001 desde 2004, o principal para esse tipo de atividade.
“Não podemos deixar que a incompetência de outros prejudique um trabalho tão sério e que propicia o sustento para 36 famílias com rendimentos que superam muitas outras profissões. Só que o detalhe principal não temos atualmente: o material”, finaliza José Carlos.
Preocupado com a falta de material reciclável para trabalhar, acumulando prejuízos nos últimos quatro meses e com a evidente ameaça de fechar suas portas, o diretor presidente da Cooperlínia revela que já procurou o apoio da prefeitura de Paulínia e nem com a colaboração do secretário de Obras e Serviços Públicos, Valdir Terrazan, está conseguindo reverter essa situação dramática que vem enfrentando.
“Tivemos uma reunião com os representantes da Filadélfia, empresa responsável pelo contrato emergencial de coleta em Paulínia, e nem com a cobrança incisiva por parte do secretário, conseguimos a colaboração da empresa. O pior, todos sabemos, que fazer a coleta seletiva e encaminhar de maneira adequada às cooperativas é exigência do contrato”, ressalta José Carlos.
Ainda de acordo com o diretor presidente, a Cooperlínia continuará lutando para que suas portas não se fechem definitivamente. “Tenho trabalhado em conjunto com a Secretaria de Obras reivindicando para que a Filadélfia cumpra o contrato, mas sem sucesso até o momento. Caso as coisas não mudem até a próxima semana, iremos fazer uma representação no Ministério Público do município. Pensamos, inclusive, em representa-los, também no Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente – GAEMA”, finalizou.
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Matéria original do "Jornal Tribuna"
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